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quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Garoto de Abel Figueiredo é destaque do Inter (RS)

Revelado pela escolinha do ex-jogador Diva, de Abel Figueiredo, Serginho é destaque do Inter (RS)
Em uma temporada em que o Inter tem como destaque os jovens oriundos das categorias de base, nada como ficar de olho no garoto de 20 anos, 1m77cm, que atuará na lateral esquerda colorada na noite desta quinta-feira, no Allianz Parque.

Tudo o que Artur Sérgio Batista de Souza deseja é aproveitar a convocação de Geferson para a Seleção Brasileira que disputa a Copa América para se juntar a William, Dourado, Sasha, Valdívia e firmar seu nome não apenas na boca do torcedor, mas na lista de jogadores que o técnico Diego Aguirre tem convicção em contar para a forte sequência de jogos de 2015.

Sem Geferson, Aguirre abre disputa por titularidade na lateral esquerda

Artur nasceu na pequena Abel Figueiredo, cidade de 6 mil habitantes, no Pará, distante 3,5 mil quilômetros de Porto Alegre. Atuou pelos campos do futebol amador da região norte do Brasil até cair nas graças de Jairo Nascimento, técnico do JV Lideral. O JV — conhecido como o Trator de Camaçari — é famoso em Imperatriz, no Maranhão, pelo bom trabalho envolvendo a criançada nas categorias de base.

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O clube fundado em 1994 conta com dois campos de futebol, alojamentos, vestiários, refeitório, centro de recuperação com fisioterapia, academia. Ainda que tenha sido campeão maranhense profissional em 2009, é entre a molecada que o clube se destaca.

— Ele chamou nossa atenção em 2011, após um amistoso que fizemos contra o time da cidade dele. Ganhamos de 3 a 1 e o Jairo quis saber mais sobre o Artur. Chamamos ele para conversar, era um domingo. Na terça-feira ele já estava treinando conosco — lembra Cassyus Kennedy, auxiliar do JV Lideral.

Artur mostraria no JV algumas de suas qualidades como lateral: velocidade e força. É curioso, segundo Kennedy, que, mesmo franzino, os adversários não conseguem derrubar Artur — "ele ganha na velocidade ou no equilíbrio", afirma o auxiliar. Nos dois anos em que ficou no clube, aperfeiçoou a marcação, endireitou o pé para que os cruzamentos para o meio da área encontrassem a cabeça do atacante. Sempre foi destaque nos torneios do Maranhão, mas, em 2012, na primeira Copa São Paulo que disputou, despertou interesse dos clubes do centro do país. Artur permaneceu no JV, foi duas vezes vice-campeão estadual sub-18, até ser observado por Dorinho, olheiro do Inter, na Copa São Paulo do ano seguinte.

— Ele tinha de se apresentar em fevereiro. Voltou para a cidade dele para ficar com a família e uns 15 dias antes de viajar para Porto Alegre, me pediu para fazer um treinamento diferente com ele. Queria chegar no Inter em forma — conta Kennedy. — Artur sempre foi um rapaz calmo, um menino bem retraído, caseiro. Até quando os companheiros saíam da concentração para dar umas voltas ficava lendo a Bíblia, sozinho no alojamento. Ele é muito dedicado, vai se dar bem no Inter — resume o ex-auxiliar.

Titular de Clemer na base do Inter desde que chegou, Artur recebeu chances quando o ex-goleiro assumiu o grupo profissional, interinamente, no lugar de Dunga, em 2013. Foram nove partidas no banco de reservas. Com a chegada de Abel Braga, retornou à equipe B do Inter.

— Geferson se firmou e chegou à Seleção. Dá confiança para a gente trabalhar. Tenho o meu estilo: se tiver de atacar, vou atacar. Mas a prioridade é defender. Eu quero conquistar meu espaço, vou trabalhar para chegar à Seleção um dia — disse Artur, nesta quarta-feira, ao final do treinamento no Parque Gigante.


Apesar de ter revelado atletas de tamanhã envergadura, Diva encerrou o trabalho social que mantinha em Abel Figueiredo, segundo pelo ele, pela falta de apoio e perseguições por parte de integrantes do poder público daquela cidade, que nem mesmo o campo estavam cedendo para as crianças praticarem esporte.